O artista brasileiro Luiz Sacilotto, aclamado mundialmente pela importância de sua obra, foi um grande seguidor da Arte Abstrata e é considerado um dos principais representantes do Concretismo.
BIOGRAFIA
Filho de imigrantes italianos, Luiz Sacilotto , nasceu no dia 22 de abril de 1924 em São Paulo, na cidade de Santo André, no maior pólo industrial do país em um período de grande desenvolvimento social, político e econômico, sempre ouvindo os apitos das fábricas. Cresceu pelas ruas da cidade e ali instalou seu ateliê-residência.
Durante a década de 1940, estudou pintura e decoração no Instituto Profissional Masculino do Brás, um bairro de São Paulo, onde foi diplomado em 1941 . No ano seguinte ingressou na Escola Técnica Getúlio Vargas, onde se especializou em pintura.
Em 1944, iniciou um trabalho na Indústria Hollerith do Brasil como desenhista e projetista de esquadrias metálicas, ao mesmo tempo que desenvolvia sua carreira artística, onde passou nesse período pela fase figurativa e aos poucos desenvolvendo-se para o abstracionismo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, no período de 1944 e 1945, Sacilotto foi convocado pela FEB (Força Expedicionária Brasileira), no 2° Batalhão de Carros de Combate, na Vila Militar do Rio de Janeiro, onde permaneceu por nove meses.
Com o fim da guerra em 1945, ele retorna a São Paulo e retoma suas atividades artísticas e seu emprego na empresa Hollerith do Brasil.
Em 1946, deixa seu trabalho na Hollerith e inicia um novo trabalho no Escritório de Arquitetura de Jacob Ruchti, como desenhista projetista, em São Paulo.
Na década de 1950, participou de de seis Bienais de São Paulo (em 1951, 53, 55, 57, 61 e 67), e também de diversas exposições internacionais.
Em 1951, Sacilotto casa-se com Helena Adamastor, filha de Hamashita Shun’Ichi, o primeiro imigrante japonês a radicar-se em São Paulo, adotando o nome de José Adamastor.
Em 1952 participou da exposição “Ruptura”, no MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo.
A repetição e os jogos ópticos são os pontos fundamentais para a construção da obra de Sacilotto, que se mantém ligada e relacionada aos meios de produção, marca de suas origens na região fabril do grande ABC, São Paulo.
Na década de 1960, Sacilotto reduziu sua produção em função do Golpe Militar de 1964. Desapontado com os rumos da conjuntura política no Brasil, interrompe temporariamente sua produção artística e retoma somente em 1966.
Sendo um dos pioneiros no Brasil do Concretismo, movimento que incluía em seu ideário a aproximação da arte com a indústria com a reprodução em série, era de se esperar que Luiz Sacilotto, desenhista, escultor e pintor por excelência, também fizesse sua incursão no terreno da gravura. Esta incursão teve início em 1954, por intermédio de Hermelindo Fiaminghi, seu companheiro de movimento e experiente profissional de artes gráficas.
Na gravura abaixo, por exemplo, Sacilotto coloca lado a lado, o vermelho com sua complementar, em cor-pigmento, o verde. Estas duas cores formam o mais vibrante par entre as complementares. As formas rigorosas e as cores chapadas, estabelecem entre si um diálogo instigante, que suga o nosso olhar e nos convida a mudar permanentemente de uma para outro dos quatro retângulos principais contidos no retângulo maior.
As obras de Sacilotto não incluem imagens que representam pessoas, animais ou paisagens, no entanto elas concretizam uma certa forma de pensamento. Seria impossível analisar cada uma delas num curto espaço de tempo. Cabe ao observador se aventurar para descobrir ele mesmo a lógica e a poética de cada uma. Uma obra que tem seus fundamentos na beleza da forma pura, na cor chapada, na modulação competente entre os elementos utilizados, nas relações dinâmicas entre fundo e forma.
Com efeito, Sacilotto utilizou como poucos as leis da estrutura preconizadas por Max Bill, consubstanciadas no alinhamento, no ritmo, na progressão, na polaridade, na lógica interna do desenvolvimento e construção. Seu trabalho concilia exemplarmente rigor e liberdade, condição que tem ensejado o surgimento das obras consistentes e duradouras em todos os segmentos de arte.
MORTE E LEGADO
Em 1994, o artista sofre um AVC ( acidente vascular cerebral) e interrompe temporariamente sua produção artística. Retoma no ano seguinte e além das pinturas que continua produzindo, começa a trabalhar com colagens.
Sacilotto produziu por mais de seis décadas deixando um grande acervo. Faleceu dia 9 de fevereiro de 2003 em São Bernardo do Campo por problemas respiratórios.
Seu legado e inspiração, resultados de uma vida entre tintas, telas e diversos outros materiais, seguem vivos. Deixou cerca de 1.500 peças, entre telas, esboços, desenhos,gravuras, esculturas e outros trabalhos, incluindo obras públicas.
Além de ter obras na Espanha e Estados Unidos, Sacilotto é responsável por deixar também sua cidade natal Santo André, mais bonita. A principal via situada no centro comercial da cidade, a Rua Coronel Oliveira Lima, foi transformada em “calçadão” com lajotas que reproduzem suas obras. Algumas obras estão espalhadas em vários pontos da cidade para serem vistas pela população. Ele é considerado o maior tesouro dessa cidade.
“O que faz dele, Luiz Sacilotto uma obra-prima? A modulação entre os tamanhos e as formas das áreas geométricas, o preenchimento destas áreas com duas cores que se sabe magníficas para aparecerem uma ao lado da outra..” ( Frase de Enock Sacramento retirada do site www.sacilotto.com.br)
GALERIA
Escultura de Luiz Sacilotto localizada na Rua Coronel Oliveira Lima, na sua cidade natal, Santo André, cidade do Estado de São Paulo
por Roseli Paulino @arteeartistas
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